quinta-feira, 3 de março de 2011

Maior escolaridade, menor pressão sanguínea



Segundo uma nova pesquisa, as pessoas que completaram mais níveis de educação têm pressão arterial mais baixa. O efeito é especialmente forte nas mulheres.

O estudo, que incluiu 3.890 pessoas e durou 30 anos (de 1971 a 2001), mostra que a média da pressão arterial das mulheres com 12 ou menos anos de escolaridade é 3,3 pontos maior do que as mulheres com 17 ou mais anos de escolaridade, e a média dos homens com 12 ou menos anos de escolaridade é 2,3 pontos maior do que os com 17 ou mais anos de escolaridade.

A escolaridade também pode ter um pouco de efeito sobre a obesidade, o tabagismo e a diabetes.

Embora essas diferenças pareçam pequenas, a pressão arterial menor ajuda uma pessoa a ser mais saudável e, quando populações inteiras são consideradas, o número menor de ataques cardíacos ou derrames sofridos seria significativo.

E por que essa diferença existe? Segundo os pesquisadores, pessoas que completaram mais níveis de educação tendem a ter uma renda maior, morar em bairros com mais acesso a frutas e verduras, e compreender melhor as mensagens de saúde pública, de forma a serem mais conscientizadas.

O que era conclusão de senso comum virou ciência. A pesquisa mostra que há uma razão biológica subjacente para a ligação entre saúde e escolaridade: os com maior escolaridade tendem a ter menor pressão sanguínea.

E quanto ao efeito ser mais forte nas mulheres? Pode haver razões biológicas para isso também. Para as mulheres, um menor nível de educação é frequentemente associado a outros fatores de risco relacionados ao estresse.

As mulheres com menor escolaridade são mais propensas que os homens a serem mães solteiras, viverem abaixo da linha da pobreza, e sofrerem de depressão. Esses estressores adicionais ativam respostas do corpo, elevando o risco de pressão alta.

O que o estudo não mostra é que aspectos da educação podem estar contribuindo para essa associação. Seria apenas o número de anos, ou a qualidade da educação? Fatores como tamanho da sala de aula e qualidade dos professores ainda não foram analisados.

Essas e outras questões podem influenciar novas conclusões. Por exemplo, os pesquisadores precisam levar em conta o papel das experiências de vida precoce. A situação econômica na infância pode influenciar a saúde e inteligência. E crianças que são abusadas ou negligenciadas podem ser mais propensas a concluir menos níveis de escolaridade e a ter doenças cardíacas.

Esses links precisam ser examinados antes que a educação possa ser confirmada como uma causa da pressão sanguínea saudável.

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