quarta-feira, 30 de março de 2011

Até 2013, China pode ultrapassar EUA em produção científica



Más notícias para o império americano: segundo um novo estudo, a China está a caminho de ultrapassar os EUA em produção científica, possivelmente em 2013 (ou seja, muito antes do esperado).

O país que inventou a bússola, a pólvora, o papel e a impressão ressurge: uma análise de pesquisas publicadas – uma das principais medidas de esforço científico – revela um crescimento surpreendente da ciência chinesa.

O estudo desafia o domínio tradicional dos Estados Unidos, Europa e Japão nessa área.

Segundo os pesquisadores, em 1996, primeiro ano da análise, os EUA publicaram 292.513 documentos, mais de 10 vezes mais do que a China, que publicou 25.474. Até 2008, o total dos EUA tinha aumentado muito ligeiramente para 316.317, enquanto o total chinês aumentou mais de 7 vezes, para 184.080. Os números são baseados em artigos publicados em revistas internacionais.

As estimativas anteriores para a taxa de expansão da ciência chinesa haviam sugerido que a China ultrapassaria os EUA somente depois de 2020. O novo estudo mostra que a China, depois de deslocar o Reino Unido como o segundo maior produtor líder mundial de pesquisa, poderia ultrapassar o império americano em tão pouco tempo quanto dois anos, se continuar nesse ritmo. As projeções variam, mas uma interpretação simples dos novos dados sugere que isso pode ocorrer já em 2013.

O potencial da China de alcançar as pesquisas americanas em termos de números absolutos, em curto e médio prazo, é claro. Ainda assim, o relatório salienta que a produção de pesquisa norte-americana não vai diminuir em termos absolutos, e levanta a possibilidade de países como Japão e França enfrentarem o desafio chinês.

Especialistas dizem não estarem surpreendidos com este aumento chinês, justamente por causa do enorme investimento que o país vem fazendo. Os gastos chineses cresceram 20% por ano desde 1999, atingindo agora mais de 165 bilhões de reais, e cerca de 1,5 milhões de estudantes em ciência e engenharia se formaram em universidades chinesas em 2006.

Mundialmente, isso é positivo, de grande benefício, embora alguns países possam ver essa ação como uma ameaça, o que serve de grito de alerta para que ninguém se torne complacente. Os pesquisadores descrevem “dramáticas” mudanças no cenário científico mundial, e advertem que isso tem implicações para a competitividade entre nações.

Segundo o relatório, as classificações científicas não são apenas de prestígio, mostram também a capacidade de um país de competir no cenário mundial. Junto com o crescimento da economia chinesa, este é mais um indicador do aumento extraordinariamente rápido da China como uma força global.

No entanto, um volume crescente de publicações científicas não significa necessariamente um aumento da qualidade das mesmas. Por exemplo, um indicador importante do valor de qualquer pesquisa é o número de vezes que ela é citada por outros cientistas em seu trabalho.

Apesar da China ter subido no ranking de “citações”, seu desempenho nesta medida está aquém dos seus investimentos e taxas de publicação. Os países emergentes precisarão de mais tempo para desafiar esse tipo ranking da comunidade científica internacional. Os trabalhos científicos do Reino Unido continuam a ser os segundos mais citados em todo o mundo, após os EUA.

Sim, a qualidade de ciência da China ainda não está à altura de sua quantidade. Vai levar muitos anos para que algumas das pesquisas alcancem os padrões ocidentais, mas os especialistas acreditam que a motivação chinesa, e sua determinação de não ser dependente de know-how estrangeiro, são capazes de recuperar o papel histórico do país como um líder global em tecnologia.

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