quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Pessoas são honestas enquanto trapacear não é fácil



“A ocasião faz o ladrão”. Quem já ouviu esse ditado popular, agora pode considerá-lo pura ciência. Um novo estudo indicou que pessoas inicialmente honestas podem trapacear – se isso não envolver qualquer trabalho “extra” por parte delas.

Ou seja, encontrar uma nota de 50 reais no chão, ou acidentalmente encontrar as respostas certas a perguntas de uma prova, podem subitamente transformar pessoas normalmente honestas em “desonestas”.

Em um experimento com 84 estudantes, pesquisadores montaram um teste de matemática em um computador, sem dizer os motivos pelos quais os participantes o estavam fazendo.

À metade dos estudantes, foi dito que o sistema não estava funcionando corretamente. Se eles pressionassem a barra de espaço no teclado, as respostas apareceriam. A outra metade foi dito que se eles não pressionassem a tecla “Enter” imediatamente após ver a questão, a resposta apareceria.

Em geral, poucos trapacearam. Mas, segundo os pesquisadores, aqueles que não tinham que pressionar uma tecla para trapacear foram quase dez vezes mais propensos a fazê-lo. Os cientistas acreditam que isso se deva ao fato de que “pressionar uma tecla” para aparecer a resposta parecia um ato mais “intencional”, enquanto os outros poderiam agir como se trapaceassem por acidente, então não sentiam que estavam fazendo uma escolha imoral.

Em um segundo teste, os voluntários foram testados em sua vontade de ajudar um colega com deficiência a completar um exame. À metade, foi dito que se eles quisessem ajudar, deveriam seguir um link on-line. A outra metade foi convidada a ajudar, e simplesmente tinham que clicar em ‘sim’ ou ‘não’ na tela.

Aqueles que tinham de seguir o link foram cinco vezes menos propensos a se voluntariar para ajudar, porque era mais fácil para eles se livrarem da situação sem embaraços do que os que tinham uma clara escolha a fazer.

A grande conclusão do estudo foi que a desonestidade não é tão incomum quanto mascarada. Segundo os pesquisadores, as pessoas são mais propensas a trapacear e tomar decisões imorais quando as suas transgressões não envolvem uma ação explícita.

Ou seja, se as pessoas podem mentir por omissão, trapacear sem fazer muito trabalho braçal, ou ignorar pedidos de ajuda sem negá-los expressamente, são muito mais propensas a tomar essas atitudes.

As descobertas podem ajudar instituições de caridade e outras organizações à procura de dinheiro ou ajuda de voluntários. Quando as pessoas são confrontadas com “ativamente fazer a coisa certa ou a coisa errada”, há uma série de emoções envolvidas, como culpa e vergonha, que os orienta a fazer a escolha moral.

Já quando a transgressão é mais passiva, mais pessoas fazem a coisa errada, porque as emoções morais em tais situações são provavelmente menos intensas.

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